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sábado, 11 de setembro de 2010

Felipe Rey , o poeta Cibernético do Subúrbio

Felipe Rey é o tipo do cara que nasceu para um monte de coisas... começou como todo garoto criativo de um bairro de subúrbio do Rio. estudando , jogando bola de vez enquando , andando em turminhas de bairro... não demorou muito para que ele entrasse em sua primeira experiência com a "Arte maldita". a música. Junto com alguns muleques , fundou a banda "O Feto" . aí ele não parou mais... começou a compor , escrever , até que enfim, chega até a faculdade... faz parte da geração Pós -Suburbagem , movimento encabeçado por mano kinho e outras cabeças pensantes do bairro de Vista "Seattle" Alegre , no Rio de Janeiro. tornou-se Boêmio , falador , alegre , companheiro , sério , brigão , difícil , inincontrável , e intragável quando quer ser.... mas também influente , criativo , urbano , risonho... parceiro....Felipe Rey é tudo isso e mais um pouco , pois depois de tudo isso , hoje ele encabeça as fileiras mentais de movimentos culturais e é vocalista da banda "Maduros na Madruga" e lançou o seu livro de poesias "Visceral". Com excelentes críticas , o rapaz nã para por aí...este é uma entrevista com ele feita de sua  obra experimental  "O Cúmulo do absurdo"
Atração e repulsão são as principais forças do fenômeno físico chamado magnetismo.O cotidiano individual e a história da humanidade é determinada pela atração e repulsão,aceitar ou não fatos da vida.
Um dos principais acontecimentos do livro experimental ainda em obra o “CÚMULO DO ABSURDO ” do poeta Felipe Rey é esse,o magnetismo da imaginação na busca dos prazeres.
“CÚMULO DO ABSURDO” é um específico diário de uma figura que conta da excitação sexual,porres,alegrias,tristezas,amores,fúrias,encantos e desencantos do homem contemporâneo.
Propositalmente o protagonista da história é um anônimo e está em primeira pessoa.Segundo Rey,para o leitor se aproximar com o personagem e construir uma curiosidade com cada linha isto é verso,que surge.O leitor absorve,cada palavra e frase fragmentando-a como o autor, numa sociedade que começa se contando através da biografia de cada pessoa.
1 ) Você publicou um livro de poesia no ano passado “ Visceral ”,com edição do autor.” O “Cúmulo do Absurdo ” é uma experiência na prosa ou um treino para futuros outros trabalhos ?
Rey: O livro VISCERAL no seu corpo, sim, é um livro de poesia. Porém, há três contos que pode-se dizer que é um apontamento para a minha incursão pelo campo da prosa. Pois, até alguns poemas desse referido livro têm embasamentos da prosa. Para citar um exemplo, há um poema nesse livro intitulado A PROSA POÉTICA. Afirmo que CÚMULO DO ABSURDO é uma proposta experimental na prosa, até porque eu não me considero um contumaz escritor de romance ou de contos. É uma resoluta ‘pretensão’ minha evoluir nessa linguagem. Treino para futuros outros trabalhos? Não. Não cheguei ainda a pensar nessa possibilidade.
2) “A intenção-mor é esculhambar ”,aproveitando a citação do “ PEQUENO PROPEDÊUTICO” do “Cúmulo do Absurdo ”, como é o seu processo criativo?
Rey: Digo que não tenho um processo criativo organizado, enquadrado, definido. Meu processo é esculhambado (risos). Eu escrevo de dois em dois capítulos por dia. Um a cada dia. Quando tenho sorte, escrevo sete capítulos num só dia. Antes de tudo, eu transpiro muito, ou seja, leio. Leio e leio. Inspiração é fomentação da prática diária. Não precisa ser disciplinado. Basta ser sincero naquilo que você faz. O ‘esculhambar’ nesse meu método não é laborado a esmo. Exercito a minha escrita para que não seja abstrusa nem obtusa. James Joyce compôs Ulysses - sua obra-prima vanguardista baseado em muitas pesquisas líricas e muito trabalho linguístico para alcançar seu apogeu literário. Cervantes escreveu Dom Quixote transgredindo o establishment literário da época – os romances de cavalaria e se consagrou. Eu quero que os leitores desse pequenino romance fiquem obstúpidos, remexidos ao destrinchar cada palavra, cada frase dessa excruciante absurdeza estranha obra-quinta em andamento.
3) Existe alguns cuidados para o “ Cúmulo do Absurdo ” não virar uma auto-biografia vazia?
Rey: Não, não é uma auto-biografia vazia. É uma auto-biografia vadia! (risos). Eu não diria que é uma auto-biografia e sim – uma ALTER-BIOGRAFIA. Eu uso a primeira pessoa por questão de estética e também por questão de sinergia lírica. Ou seja, para que o leitor se identifique com o personagem que ainda procuro manter anônimo. Para que o mesmo tenha curiosidade e que, porventura, possa tornar-se o próprio personagem. Essa ALTER-BIOGRAFIA, significa que o personagem ainda anônimo é uma junção de várias experiências que eu absorvo – algumas admito que vivi – outras que eu capto por aí. Sei que o grande poeta Fernando Pessoa desmistifica esse raciocínio com sua tese-poema AUTOPSICOGRAFIA na qual ele escreve que: “O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente”. Todavia, o escritor, o poeta deve usar com maestria a sinuosa arte de facear. É um desafio perigoso. Quem não gosta de flertar e brincar com os riscos? Os que não gostam são pessoas fastidiosas e nauseantes. Pra ser um bom escritor, um bom poeta deve-se levar umas porradas de vez em quando. Só se escreve bem na base, na fase do som e da fúria.
4) O “carioquismo” a vida carioca tem um local de destaque na obra. Você busca questionar o estereótipo do malandro carioca?
Rey: Não. Eu não questiono de forma alguma. Eu teço um relato, mostro um retrato de pessoas que desejam satisfazer o seu ócio. Eu evito ser regionalista. É claro, sou carioca e inevitavelmente transcreverei a realidade que me circunda. A boemia, a beleza da boemia, da malandragem está inserida na poesia. Na prosa, também – vide Bukowski e seu alter-ego Henry Chinaski. E o Dean Moriarty, personagem de Jack Kerouac em On The Road. A malandragem, a vida mandriã retratada nesses romances beatnicks instiga, de fato, o leitor. Na literatura brasileira modernista temos Macunaíma – um anti-herói malandro criado por Mário de Andrade. No Cúmulo do Absurdo, eu venho abordando a busca incessante por prazeres no modo de vida de cada personagem, a excitação sexual, os porres homéricos, alegrias e agruras, amores e desencontros – tudo isso é intrínseco ao cotidiano do ser humano comum. Dispensando todo e qualquer ramerrão de que fazeres que consome a liberdade de viver do homem.
5)Você considera que a literatura de blog, está revelando muitos talentos contemporâneos ou não?
Rey: Sim. Eu sinto que o blog abre um enorme espaço para muitos escritores bons divulgarem seus trabalhos. Mas, ao mesmo tempo, vejo muitos aventureiros de plantão soltos nessa rede – ou melhor dizendo – embolados nessa rede. Até cito aqui alguns ótimos escritores e poetas que fazem parte deste habitat cibernético como: Muryel de Zoppa, excelente microcontista e poeta minimalista. Rodrigo de Oliveira, ótimo poeta. Cris de Souza com seu blog intitulado Trem da Lira, a minha querida paulistana poeta Rosa Panerari, Edson Pielechovski, http://transanonymous.blogspot.com/ e por último, a contista Mandy Mazza.
6)Quais são os seus autores de cabeceira ?
Rey: Tem um bocado, uma boa coleção... que dá o sustentáculo que eu preciso. Vamos lá, na prosa: Joyce, Charles Bukowski, Lima Barreto, Hemingway, Sartre, Camus, Gabriel Garcia Márquez, Miguel de Cervantes, Pedro Juan Gutierrez, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Dostoievski, John Fante, William Faulkner, Henry Miller, Dashiell Hammett, Truman Capote, Kafka, Rubem Fonseca, Nelson Rodrigues, Dalton Trevisan, Caio Fernando Abreu e José Agrippino de Paula. Na poesia gosto muito de Drummond, Oswald e Mário de Andrade, Bandeira, Pessoa, os irmãos Augusto & Haroldo de Campos, Gregório de Mattos, Paulo Leminski, Ferreira Gullar, Alice Ruiz, Ana Cristina Cesar, Roberto Piva, Allen Ginsberg, Dylan Thomas, Rimbaud, Garcia Lorca, João Cabral de Melo Neto e por aí afora! (risos).
7)Você relaciona “Cúmulo do Absurdo ” com a prosa e poética beat?
Rey: Pode ser... Sou adepto fervoroso também da “anti-escola” beat. Tenho um fascínio estandartizado por toda arte que é libertária. É uma grande idiotice hoje em dia estar voltado aos padrões. Tudo já foi rompido! Vamos alargar ainda mais esse rombo! Vamos sempre em frente! Arte é porvir!
8)Por que os capítulos curtos têm ligação com a poesia e a prosa minimalista?
Rey: Por pura questão de estética. Um meio informalmente resoluto de experimentação. A intenção é tentar amalgamar a poesia e a prosa de uma maneira que esses dois campos se bifurquem. Muitas vezes, lendo, eu encontrei poesia na prosa e prosa na poesia. Embora, eu escreva cada capítulo sem pensar muito nisso. Os textos vão seguindo o fluxo desse meu processo um tanto-quanto esquisito (risos).
9)Existem planos para uma futura publicação?
Rey: Existem. Sim e por quê não? Posso adiantar que já entrei em contato com a editora Fábrica de Livros. Muito em breve, estarei publicando em formato encadernado esse livreto. 
 Novidades dele sempre vem por aí....esperem e verão....caso queiram ver , ler e saber mais sobre ele... procurem o seu Blog:
http://sup-poetafeliperey.blogspot.com/


E boa leitura!!!!!!

Um comentário:

  1. que neguinho nojento! kkkkk!!!
    muito boa a entrevista
    e parabéns pelo teu trabalho!

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